Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/41658
Title: O carácter histórico-social da violência: o exemplo da psicocirurgia
Other Titles: The socio-historical character of violence: the example of psychosurgery
Authors: Correia, Manuel
Issue Date: 2006
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Abstract: O consenso institucional e as grandes expectativas quanto à possibilidade de um desenvolvimento assombroso no conhecimento e controlo do cérebro e do comportamento humanos, permitiram a generalização das práticas psicocirúrgicas em grande escala. Os excessos, as brutalidades e os abusos cometidos ao longo de anos, legitimados por avaliações enviesadas, parcimoniosas e voluntaristas, interpelam directamente cientistas e não cientistas. No presente trabalho, sustentamos a hipótese de que a contenção e moderação das práticas associadas à psicocirurgia se deveu a alterações históricas de relevo. A derrota das potências do Eixo na II Grande Guerra, a recodificação dos direitos e deveres de médicos, cientistas e pacientes, reestruturou a ordem das relações, e influenciou decisivamente a criação de novos entendimentos no âmbito dos quais o deslizamento cultural deixou a descoberto, tornando-os insustentáveis, dispositivos e práticas violentas até aí objecto de consensos vários. O protagonismo dos neurologistas Egas Moniz e Walter Freeman na fundação e generalização da psicocirurgia foi paradigmático e serve, no texto seguinte, para localizar, no espaço e no tempo, alguns dos desenvolvimentos mais significativos do processo.
The institutional consensus and the great expectations regarding the possibility of an astonishing development in human behaviour and cerebral knowledge and control, allowed the generalization of the psychosurgical practices in large scale. The excesses, brutalities and abuses undertaken along the years, legitimated by biased assessments, partisans and voluntarisms, interplayed directly with non scientists and scientists. In the present work, we hold the hypothesis that the confinement and moderation of the practices associated with psychosurgery were due to historical relevant changes. The defeat of the II World War Axe's potencies, the recoding of rights and duties of physicians, scientists and patients, has restructured the order of relationships and decisively influenced the creation of new understandings and consensus around which the cultural sliding uncovered violent devices and practices supported until then by virtue of general consent, rendering them unbearable. The protagonism of neurologists Egas Moniz and Walter Freeman on the foundation and generalization of psychosurgery was paradigmatic and serve, in the following text, to notice in space and time, some more significant developments of this process.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/41658
ISSN: 0870-0958
2183-8925 (digital)
DOI: 10.14195/2183-8925_27_15
Rights: open access
Appears in Collections:Revista de História das Ideias

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
o_caracter_historico-social_da_violencia.pdf8.8 MBAdobe PDFThumbnail
  
See online
Show full item record

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.