Saúde (d)nos lugares: a problemática dos territórios promotores de saúde

Abstract

O estado de saúde resulta de um conjunto diverso de factores, como os comportamentos individuais, as políticas sociais e económicas e a qualidade ambiental. Reconhece-se hoje que a saúde de um indivíduo e/ou de uma população depende, em parte, do seu espaço de vida. Este texto procura sublinhar a problemática da saúde em espaços urbanos, uma vez que é na cidade que os problemas de pobreza, privação e exclusão social se agudizam. Simultaneamente, a cidade vem-se assumindo como uma entidade menos definida, tanto conceptual como geograficamente. A urbanização gera actualmente territórios que, marcados pela urbanidade, são progressivamente descontínuos e fragmentados, emergindo aí novas necessidades em saúde e novas questões de saúde pública, umas e outras exigindo um novo modelo de planeamento urbano, capaz de apresentar respostas de grande acuidade. Fundamentalmente, trata-se de reconhecer aos lugares a capacidade de gerir e gerar factores de risco e de protecção da saúde, reconhecendo-se também que agir sobre os lugares é agir socialmente sobre os indivíduos, integrados nas suas comunidades.

L'état de santé résulte d'un ensemble diversifié de facteurs, tels que les conduites individuelles, les politiques sociales et économiques et la qualité de l'environnement. On reconnait aujourd’hui que la santé d'un individu et/ou d'une population dépend partiellement de l'espace de vie respectif. Ce texte essaie de souligner la problématique de la santé aux espaces urbains, puisque c'est dans la cité que les problèmes de pauvreté, privation et exclusion sociale deviennent plus aigus. Simultanément, la cité s'assume comme une entité moins définie, conceptuellement et aussi géographiquement. L'urbanisation crée actuellement des territoires qui, marques par l'urbanité, sont progressivement discontinus et fragmentés, où de nouveaux besoins et de nouvelles questions de santé publique émergent , en exigeant les unes et les autres un nouvel aménagement urbain, capable de présenter des réponses très précises. Basiquement, il s'agit de reconnaitre aux lieux la capacité de gérer et créer des facteurs de risque et de protection de la santé, en reconnaissant aussi que agir sur les lieux c'est agir socialement sur les individus, intégrés dans leurs communautés.

Health status results from a varied set of factors, like individual behaviours, social and economic policies and environmental quality. Nowadays it's acknowledged that the health of an individual and/or of a population partly depends on the place they live in. This paper tries to underline the problematic of health in urban areas, since it's in city that problems of poverty, deprivation and social exclusion get worse. Simultaneously, the city has become a less defined entity, both conceptually and geographically. Urbanisation is creating territories that, touched by urbanity, are becoming more and more disconnected and fragmented, which leads to new needs in health and new matters of public health; both of them require a new model of urban planning, capable to give some very acute responses. Basically, it's a question of recognizing to places the capability to manage and generate risk factors and protection of health, admitting as well that acting upon places is acting socially upon individuals, integrated in their communities.