O mar e a independência nacional: relendo Jaime Cortesão

Abstract

O autor, essencialmente, discorda da interpretação de Jaime Cortesão, por haver empolado o peso do comércio à distância, ainda que com base na agricultura, a ponto de o converter no «género da vida nacional» e em factor determinante da Expansão Ultramarina Portuguesa. Com base em fontes históricas que não foram compulsadas, aparentemente, por Cortesão, pensa que é mais correcta uma interpretação que Gaspar Barreiros, sobrinho de João de Barros, resumiu na afirmação de que «o comércio e a guerra nos descobriram o que sabemos do mundo». Ora, estes dois géneros de vida, além de outros, já tinham forte expressão na conjuntura histórica em que emergiu a Expansão Portuguesa.

The author essentially disagrees with the interpretation of Jaime Cortesão which exaggerates the importance of long-distance trading, even though based on agriculture, to the point of converting it into a “«national way of life” and a determining factor in Portuguese overseas expansion. Based on historical sources that were not, apparently, consulted by Cortesão, the interpre- tation summarised by Gaspar Barreiros, nephew of João de Barros, in his statement that “trade and warfare have revealed to us what we know of the world” is considered more accurate. In fact, these two ways of life, in addition to others, had already emerged strongly within the historical scenario from which Portuguese expansionism emerged.