Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/36809
Title: Os médicos, a saúde pública e o Estado improvidente (1890-1926)
Other Titles: Physicians, public health and the improvident state (1890-1926)
Les medecins, la sante publique et l'etat (im) providence (1890-1926)
Authors: Garnel, Maria Rita Lino
Keywords: Public Health;Aid;State;Health Administration;Physicians;Santé Publique;Assistance;Etat Développementaliste;Administration Sanitaire;Médecins;Saúde Pública;Assistência;Estado;Administração Sanitária;Médicos
Issue Date: 2013
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Abstract: Este artigo pretende ilustrar o difícil percurso do alargamento da intervenção do Estado no que à saúde pública dizia respeito. E, como se procurará demonstrar, ainda que a opinião pública aceitasse o discurso médico sobre a necessidade de maior intervenção pública, as elites governamentais foram mais resistentes: contando com a cooperação das - e estimulando e controlando as - iniciativas locais, mutualistas e privadas, invocavam-se as debilidades económicas e financeiras do país e sublinhava-se a ideia de que a saúde era primariamente uma responsabilidade individual. A partir dos finais do século XIX, os médicos também não se mostraram unânimes: criticavam a administração sanitária pela sua tibieza e desejavam o alargamento dos quadros de modo a neles poderem ingressar, mas temiam a subordinação administrativa, desejavam a liberdade de exercício da profissão e receavam a perda de prestígio (e de clientela privada) se a saúde se tornasse uma responsabilidade social.
Cet article souhaite illustrer le difficile parcours d’élargissement de l’intervention de l’Etat en ce qui concerne la santé publique. Et, comme on essaiera de le démontrer, bien que l’opinion publique accepte le discours médical sur le besoin d’une plus grande intervention publique, les élites gouvernementales étaient plus résistantes: comptant sur la coopération des – et stimulant et contrôlant – initiatives locales, mutualistes et privées, les faiblesses économiques et financières du pays étaient invoquées et on soulignait l’idée que la santé était une responsabilité individuelle en première instance. A partir de la fin du XIXe siècle, les médecins eux aussi n’étaient pas unanimes: ils critiquaient l’administration sanitaire pour sa faiblesse et souhaitaient l’élargissement des cadres effectifs de façon à pouvoir y entrer, mais craignaient la subordination administrative, souhaitaient la liberté d’exercice de la profession et redoutaient la perte de prestige (et de clientèle privée) si la santé devenait une responsabilité sociale.
This paper seeks to illustrate the tough path of expanding State intervention in the field of public health. And, as we will try to demonstrate, while public opinion embraced the medical discourse about the need for enhanced public intervention, Government elites were more adamant: counting on the collaboration of - and encouraging and controlling - local, mutualist and private initiatives, the country's economic and financial weaknesses were evoked, underscoring the idea that health was primarily the responsibility of the individual. From the late 19th century, physicians no longer showed unanimity: they criticised the health administration for its weak stand and aspired to the expansion of job opportunities, while fearing subordination to the administration, aspiring to freely exercising the profession and fearing the loss of prestige (and of private customers) if health became a social responsibility.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/36809
ISSN: 1645-3530
1647-8622 (digital)
DOI: 10.14195/1647-8622_13_16
Appears in Collections:Revista Estudos do Século XX

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