O impacto da Economia da Saúde nas políticas públicas

Abstract

Este artigo contesta a visão negativa, recentemente veiculada por alguns autores, de que a economia da saúde tem tido um impacto menor sobre as políticas do sector. Tony Culyer sustenta que essa conclusão resulta de quatro equívocos: o equívoco da actividade (o impacto deve ser medido apenas em termos das acções empreendidas); o equívoco da especificidade (a política tem que levar em conta aspectos que não os económicos); o equívoco da miopia (o impacto tem de ser imediato); e o equívoco do contributo invisível (o impacto da economia será sempre manisfesto através da actividade dos economistas). O trabalho apresenta diversos exemplos, alguns retirados da experiência própria do autor, que ilustram bem os equívocos identificados e que apontam para um impacto substancial da ciência económica sobre a política de saúde.

Cet article relate la vision négative récemment véhiculée par certains auteurs sur l’impact mineur que l’economie de la santé a eu sur la politique sectorielle. Tony Culyer soutient qu’une telle conclusion résulte de quatre erreurs: erreur sur l ’activité (l’impact doit être seulement mesuré en termes d’actions accomplies); erreur sur la spécificité (cette politique doit considérer les aspects autres que les aspects économiques); erreur de myopie (l’impact doit être instantané) et erreur sur l ’apport invisible (l’impact de la science économique sera toujours visible, ceci du fait de l’action des économistes). L’auteur donne divers exemples — dont certains sont issues de sa propre expérience — qui illustrent clairement les quatre erreurs identifiées, tout en montrant l’impact significatif de la science économique sur la politique de la santé.

This paper disputes the negative view recently expressed by some authors about the minor impact that health economics has had on public policy. Culyer argues that such a conclusion stems from four fallacies: the fallacy of activity (the impact must be assessed only in terms of accomplished actions); the fallacy of specificity (the policy should consider aspects other than economic ones); the myopic fallacy, (the impact must be instantaneous); and the fallacy of the invisible input (the impact of economics will always be apparent due to the action of economists). The author gives several examples, some of which from his own experience, that clearly show those four fallacies and bring to light the significant impact of economics on health policies.